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A crença nos Seres Feéricos: muito além do mundo das “fadinhas”

Seres feéricos são muito mais do que aquilo a que as pessoas os relacionam hoje em dia. Muitas pessoas acham que esses seres, comumente chamados de “Fadas”, são seres com asas de purpurina que estão em escala inferior de poder. Mas essa visão é, na verdade, uma deturpação. Uma visão infantilizada que lentamente foi introduzida na sociedade, provavelmente isso se deu no intuito de ridicularizar as crenças folclóricas. Removendo do universo cultural e devocional das pessoas as crenças relacionadas a suas tradições familiares, a seus costumes locais e valores culturais. Assim, ridicularizaram tudo que pudesse fazer as pessoas encontrarem outras formas de fé que não a cristã.

Primeiramente, o termo Fada, que se relaciona etimologicamente com a palavra Fatum (/fátum/”destino” em Latim), não é a forma como esses seres se autodenominaram. Esse termo foi o termo usado pelos povos que tiveram contato com esses Seres ou com as pessoas que tinham contato com esses Seres. E, acredite, esse não é um termo “bem visto” por esses Seres. Provavelmente por se tratar de um termo que remete ao invasor. Isto é, aquele que vem “de fora” para “tomar” os espaços sagrados e meio natural onde viviam essas criaturas. Essa mesma ideia pode ser aplicada a termos como Gnomo, Duende, etc.

Então, se você deseja uma forma respeitosa de trata-los, se refira a eles exaltando suas qualidades ou os lugares onde eles vivem. Exemplo: “Povo nobre”, “Povo da colina”, “Povo bom”. Saiba que, ainda hoje, a forma de referência usada na Irlanda e Escócia (lugares com tradição folclórica relacionada a esses Seres e inúmeros casos de contatos com Seres Feéricos) é “Povo do Sídhe”. Isto é, o povo que vivem nesse Outro Mundo, um mundo espiritual.

Mas não vá ficando feliz achando que só porque você sabe como tratar esse tipo de Ser, que eles irão tratá-lo de forma receptiva. Na verdade, o geralmente é relatado nos Contos e nas tradições folclóricas relacionadas aos Seres feéricos é que esses Seres são indiferentes aos humanos. Alguns Seres, porém, tem certa curiosidade na vida humana e, por isso, aproximam-se a fim de auxiliar os homens em seus trabalhos no campo ou em suas tarefas domésticas.

 

As Fadas sociáveis (“Trooping fairies”) e as Fadas solitárias (“Solitary Fairies”)

Talvez uma boa forma de compreensão dos tipos de Seres Feéricos seja a distinção entre as Fadas sociáveis e as fadas solitárias. O primeiro tipo se organiza em grupos e se relaciona com os humanos. Já o segundo tipo tem verdadeira aversão ao contato humano. Um exemplo de contato entre fadas-sociáveis e humanos são os casos dos Changelings. Um Changeling é uma criança-fada que foi trocada com uma criança humana. A história sempre começa com o desaparecimento ou tentativa de sequestro de um bebê humano pelas “Fadas”, sendo substituído por outra criança, uma criança-fada, para viver no nosso mundo.

Outro bom exemplo de fadas sociáveis são os casamentos entre humanos e Fadas. Há histórias que nos falam de mulheres-fada, Deusas-fada, que aparecem “do nada” para serem tomadas como esposas por humanos. Elas constituem famíla com seus maridos humanos e, caso ele venha a tratá-la mal, ela abandona a família e voltava para seu mundo, o Outro Mundo.

Mas, como eu disse, esses Seres sociáveis não são os únicos. E, mesmo essa relação que aparentemente é de receptividade mútua, pode mudar repentinamente para uma relação problemática. Os Seres feéricos têm suas trilhas na Natureza, desejos próprios e interesses que muitas vezes não são compreendidos pelo homem. Fato esse que acaba resultando em ataque por parte do Ser e gerando muita, mais muita dor de cabeça para os humanos desavisados.

Há outras criaturas mais macabras, que tem aversão ao contato humano. Esses outros tipo de “Fadas” são as do tipo não-sociáveis. Esse tipo, chamado de “Fadas solitárias”, só se aproximam dos homens para trazer problemas. Não que eles tenham uma índole ruim. Eles apenas desconsideram ou não entendem os nossos conceitos de bom e mau. Nesse caso, a pessoa que não entender o tipo de criatura com que está lidando pode acabar sofrendo bastante, sendo em alguns casos (como os relatados na tradição folclórica) levada à morte.

 

Os ataques de Seres Feéricos

Ataques de Seres Feéricos são diferentes dos ataques de outros tipos de espíritos, mas eles podem ocorrer mesmo dentro de nossos lares, quando, de forma inconsequente, algumas pessoas “convidam” esses seres para dentro de suas casas, sem saber com o que estão lidando. Recentemente postei aqui alguns “sintomas” de ataque espiritual causados por espíritos obsessores. Embora se trate de outro tipo de Ser, é bom ter uma noção de como ocorrem os diferentes tipos de ataques, para assim saber como solucioná-los.

Se o ataque causa seja tristeza, brigas (muitas brigas), perdas financeiras, entupimento ou vazamento de água nos canos, cansaço, doenças e bichos relacionados às coisas mortas (mosca, vermes, baratas, etc) pode ser (veja bem, eu disse “pode ser”) que não seja um Ser feérico. Nessa caso, pode ser que seja um espírito qualquer. Para saber mais sobre esse tipo de ataque clique aqui.

Agora se for um Ser feérico a questão é outra. Um Ser feérico (se for do tipo “não sociável”) vai te irritar de outra forma… Vai fazer sumir coisas pequenas quando você mais precisa delas (chave, joias, dinheiro, doces, sapatos, objetos em geral). Ele vai estragar ou fazer “dar bicho” (tipo mariposa) na comida no armário, vai trazer maré de azar. E, em alguns casos de seres mais sinistros, pode trazer esgotamento físico e mental, doenças recorrentes ou “derrames” (AVC), assim como pesadelos frequentes e sensação de sufocamento ao dormir.

 

Como esses Seres são “classificados”

Eu vejo muitas pessoas preocupadas em definir tipo de “Fada”, ou preocupadas em separar Fadas por categorias… Acho importante dar um “nome” às coisas, desde que possamos lembrar que cada Ser é um ser. E cada um desses Seres possui uma característica e personalidade própria. Assim, eu poderia listar as Mulheres-foca, as Fadas-domésticas, as Fadas-mulheres que se transformam em serpentes. Poderia também citar as Fadas-sapateiros, os Gênios irlandeses e muitas outras criaturas. Mas, mesmo assim, não conseguiria abraçar a complexidade de Seres que pertencem a esse universo mágico.

Nos antigos Contos, tanto as Fadas sociáveis quanto as Fadas solitárias são seres que assumem diferentes formas. Como exemplo: a forma de animais, espíritos vagantes, formas humanas e diferentes formas “fantásticas”.

Aliás, se você parar pra ler um Contos antigo, vai perceber que o termo “Fada” serve para se referir a coisas bem distintas. Um Ser feérico pode aparecer como uma espécie de Deus-fada. Pode também ser relatado como uma criatura que possui laços espirituais com uma família específica. Cumprindo, para essa família, um papel de profetizar/anunciar a chegada da morte de um familiar. Pode ser, ainda, um Ser que amaldiçoa todo um povoado pelo fato de seu espaço natural sagrado ter sido violado pela ação humana. E, até mesmo, pode ser uma espécie de essência que traz azar ou desgraça, como a fome ou uma maldição a um vilarejo.

O estudo desse tipo de criatura é tão vasto que antes de tentar estabelecer um padrão para o tipo físico destas criaturas teríamos antes de relacionar as diferentes localidades no planeta em que há relatos desses tipo de Ser.

Os nomes são mudados, mas o mesmo conceito é preservado.

Assim, em diferentes partes do mundo aparecem relatos de criaturas “maravilhosas”, “encantadoras” e “zombeteiras”. Seres espirituais e “temperamentais” que vivem em Outro Mundo, mas que tem a capacidade de transitar entre esse seu mundo e o nosso, através de “portais”. Geralmente, nos Contos esses locais de contato são representados como trilhas, limites de rios, lagos e marcas geográficas na Natureza.

Deixo aqui minha pergunta… E no Brasil? Como chamamos os Seres fantásticos que possuem características similares aos Seres Feéricos de outras partes do mundo?  Esses Seres também foram ridicularizados no imaginário popular, não é mesmo?

No mundo, a grande maioria desses Seres foram eternizados nos Contos folclóricos antigos. Antes, porém, foram adaptados, demonizados ou infantilizados ao gosto das sociedades da época. Ora buscava-se a sobriedade da ciência, ora o resgate do passado cultural. Nesse jogo de oposições, vimos as “Fadas” tornarem-se demônios. Depois as vimos ganharem varinhas de condão e asas. Sim, pasmem! Somente no século XVIII foi que as “Fadas” começaram a ser representadas com asas. Nos Contos antigos, mencionavam-se as “Fadas” como criaturas capazes de voar. Contudo, não havia relato de asas de pássaros, borboletas ou seja lá o que mais.

No passado, na verdade, as pessoas tinham muito mais cuidado ao lidar com esse tipo de criatura. Em geral, era costume afastá-las, e não trazê-las para dentro de casa. Inúmeras ervas e amuletos eram usados para esse fim.

Paralelamente a isso vemos também uma forma de trato respeitoso a esses Seres. É como se eles fossem temidos se próximos, mas exaltados por existirem.

 

Mas há coisas boas na relação com esses Seres?

De todo o meu coração eu te digo: há! Quando entramos numa grande floresta, ou no mar, ou num campo isolado, eles são aquilo que há de mais próximo ao nosso contato. E, ao mesmo tempo, são aquilo que há de tão antigo quanto o próprio meio natural onde vivem. Cultuá-los é também cultuar a Natureza em si, em todas as suas manifestações e em seus aspectos mais primordiais. Ali não há bem, não há mal… simplesmente há. Como as águas que correm em um rio. Elas servem a um animal tanto para matar sua sede como para matá-lo afogado.

Infelizmente alguns conceitos de ocultistas expressam um desserviço aos estudos sobre os Seres feéricos. Eles costumam dizer coisas como “Fadas tem medo de metal” ou, ainda, “Escravizei um Gnomo para que me preste favores”… Eu paro meus argumentos por aqui, pois acredito que esses teóricos falam de outros seres, que não aqueles que aqui estão sendo tratados.

Geralmente a forma como alguns ocultistas lidam com esse tipo de Ser contraria a força e a essência do que torna esses Seres aquilo que eles, de fato, são.  Assim, sugiro que cada um tome suas próprias reflexões. Quer saber sobre Seres feéricos? Leia o que escreveram sobre as histórias que contam os mais velhos. Ouça o que eles dizem que os avós deles lhes contavam… Pois aí também residem as histórias que os avós desses nossos avós ensinavam a eles. Dessa forma, você vai tirar suas próprias conclusões sobre o que são esses Seres, sua força e, principalmente, o que prezam em uma relação com os humanos.

E, ao entrar nos locais onde eles passam, sejam corteses… Saúdem aqueles que por ali caminham há mais tempo que nós.

Sláinte!

Salve, Povo Nobre! Salve, Povo do Sídhe!

 

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23 Comentários

  • Reply
    Douglas Rainho
    22 de agosto de 2017 at 13:23

    Texto muito interessante. No Brasil o mais próximo do conceito de fadas que se tem é o termo encantado. Assim como as “fadas” podem ser em qualidades diferentes, tamanhos, tipos e até mesmo em conduta social.

    • Reply
      Jess
      22 de agosto de 2017 at 16:20

      Bom saber que você gostou do artigo, Douglas! Verdade, no Brasil o termo “encantado” generaliza esses Seres. Mas há também outros nomes que poderíamos incluir… nomes que entraram para o nosso folclore, como: Curupira, Saci, entre outros. Seja bem vindo e um grande abraço!!!

  • Reply
    Peter
    23 de agosto de 2017 at 12:40

    Muito bom ,adorei esse artigo. Na minha família tem relatos de encontros com seres da floresta (dentre eles uma tia avó que se deparou com um ser que , pela descrição dada por ela, seria um duende). Eu particularmente já senti a presença deles e consigo me contactuar com os setes do vento, sempre tive enorme afinidade e paixão pelo vento. Amo a natureza e respeito demais seus espíritos. Abraços e gratidão por compartilhar esse conhecimento.

    • Reply
      Jess
      23 de agosto de 2017 at 14:30

      Que bacana essa história da sua tia avó, hein, Peter! Fico muito feliz que tenha gostado do artigo e te agradeço muito pelo carinho! Seja bem vindo!

  • Reply
    Nina
    23 de agosto de 2017 at 15:06

    Oi Jess, vim parar aqui porque linkaram esse texto num grupo de Sagrado Feminino que participo. Gratidão pelo conhecimento, aprendi bastante com seu texto 🙂

    • Reply
      Jess
      23 de agosto de 2017 at 16:04

      Oi, Nina! Estou muito feliz por saber que meu artigo contribuiu de alguma forma e, principalmente, por te ver por aqui! Grande abraço ^^

  • Reply
    Van
    24 de agosto de 2017 at 08:39

    Que texto lindo! Não sabia nada sobre o assunto e agora parece que meu coração tá tão cheio que chega a ser estranho! Hahahaha
    Gratidão 🙂

    • Reply
      Jess
      25 de agosto de 2017 at 09:16

      Nossa! Que lindo isso, Van! Você acaba de me proporcionar um sorriso matinal gigantesco!!! Seja muito bem vinda, minha querida!

  • Reply
    Aline
    24 de agosto de 2017 at 12:56

    Adorei! Fico muito feliz em ver um texto desses, a maioria das pessoas que encontro falam tão mal sobre as fadas. Eu tenho contatos maravilhosos com todos esses seres, é uma relação diferente mas muito boa. Realmente não entendo a necessidade que as pessoas tem de controlar outros seres, isso me irrita profundamente. Não conhecia o site, mas depois desse texto me ganhou!

    • Reply
      Jess
      25 de agosto de 2017 at 09:27

      Que bacana esse seu contato com os Seres Feéricos, Aline! Lendo seu comentário me lembrei daquela aquilo que as pessoas fazem com os pássaros. Algumas pessoas os querem aprisionados em gaiolas, outras simplesmente jogam as sementes no quintal para, assim, serem visitadas por eles. Enfim, seja bem vinda e, quando quiser compartilhar um desses contatos ou outras experiências com a gente, é só enviá-lo pra cá! Grande beijo!

      • Reply
        Aline
        12 de outubro de 2017 at 11:23

        Oi, Jess! Vou adorar compartilhar essas experiências, faz um bem danado mostrar o quanto elas são maravilhosas. Mas envio isso aqui nos comentários ou por outro lugar?

  • Reply
    Amanda
    24 de agosto de 2017 at 13:18

    Parabéns pelo conteúdo, por favor continue, você escreve bem e me parece ter bastante conhecimento para nos passar. Obrigada!

    • Reply
      Jess
      25 de agosto de 2017 at 09:31

      Obrigada pelo carinho, Amanda!!! Me sinto muito grata por “ouvir” isso. Saiba que, no que eu puder (e souber) ajudar, pode contar comigo. Grande abraço!

  • Reply
    Julliani Gimenes
    24 de agosto de 2017 at 14:08

    OI adorei seu texto de verdade =D
    Estou no inicio de um projeto muito importante para mim, uma historia q abrange justamente esse tema, e eu queria ser o mais fiel possivel na criação de personagem intelectualmente, culturalmente e fisicamente, então estou fazendo vaaarias pesquisas. muito obrigada pela leitura, se tiver algumas outras fontes do assunto para me passar agradeceria muito
    Beijo

    • Reply
      Jess
      25 de agosto de 2017 at 10:31

      Quer dizer então que em breve teremos um livro, de cunho ficcional, sendo lançado com inspiração nesses Seres?! Que interessante, hein, Julliani! Volte aqui pra nos contar assim que lançar! Terei grande prazer em saber mais sobre esse seu trabalho, já que minha vida espiritual também gira em torno desse assunto 🙂 Acredito que um estudo sobre as origens dos tradicionais “Contos de Fadas” e a forma como esses Contos foram registrados pela primeira vez seja um bom caminho para suas pesquisas. O trabalho de W.B.Yeats também merece ter atenção especial quando você for selecionar uma bibliografia base. Grande abraço e que você seja muito inspirada nesse seu projeto!

  • Reply
    Rafa
    24 de agosto de 2017 at 19:05

    Adorei o texto! Também vim parar aqui da mesma forma que a Nina kkk. Sempre, desde que me entendo por gente, sou encantada por histórias de elementais/duendes,gnomos,fadas,etc e sempre procuro saber mais sobre esse assunto. Obrigada por compartilhar essas informações!

    • Reply
      Jess
      25 de agosto de 2017 at 10:21

      Que coincidência hein, Rafa! hahahaha. Você já leu o artigo aqui do site que fala sobre um oráculo que foi criado com inspiração nesses Seres? Não é um oráculo antigo e nem “de tradição”, mas a inspiração com a qual ele foi feito é notável! Tenho certeza de que vai adorar! Segue o link: http://www.osortilegio.com/oraculo-magical-times/
      Seja bem vinda e um grande abraço!!!

  • Reply
    Cláudia
    11 de outubro de 2017 at 19:44

    Enriquecedor…

  • Reply
    Luís Fernando
    15 de abril de 2018 at 09:22

    Excelente texto. Já tinha estudado sobre isso, não com a mesma dinâmica que você conseguiu apresentar no texto.

    Uma coisa que pode ser falado em outro texto é sobre os níveis de energia e tipos de vibrações dos seres. Geralmente existem formas de manifestação que se relacionam ao modo como determinado ser é de fato, muitas vezes entendemos essa manifestação de acordo com a visão de mundo que temos, não como eles realmente querem ser entendidos.

  • Reply
    VICTOR HUGO
    27 de janeiro de 2021 at 03:15

    Gostei muito do seu conhecimento, cheguei aqui pesquisando sobre seres feéricos, sempre achei muito interessante a possível existência deles e que tudo não é só história para crianças. Gostaria de saber se tem algum modo de tentar entrar em contato com eles…

    • Reply
      Jess
      27 de janeiro de 2021 at 11:01

      Há muitas formas, inclusive na prática de oferendas. Como Seres feéricos são seres locais, e a terra onde vivemos tem um histórico dentro de culturas muito diferentes daquelas que comumente associamos a “fadas”, prepare-se – TAMBÉM – para contactar juntamente a um universo espiritual bem indígena e/ou afro-brasileiro.

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